Muito sabor no primeiro encontro do Projeto Vô Sabe, Vô Ensina
No dia 22, quinta-feira, a Fundação Municipal de Cultura em parceria com a Epagri deu início ao Projeto Vô Sabe, Vô Ensina! O objetivo é executar ações de difusão das manutenções culturais, através dos saberes e fazeres tradicionais dos grandes mestres da cultura popular, fomentando o conhecimento e a preservação da cultura imaterial. E o grande abre alas foi justamente a Culinária Tradicional, ministrada pela cozinheira Salete Pinheiro, 67 anos, e uma das balaústres da cultura bombinense.
A primeira lição teve bolinhos de siri e camarão, filés de peixe ao forno, lula e peixe ensopado. Além de aprender estas delícias exatamente no modo de preparo tradicional bombinense, os participantes do curso puderam ouvir e contar antigas histórias.
Os peixes usados foram corvina e anchova, além dos frutos do mar, camarão e lula. Dona Salete ensinou o segredo do peixe ensopado, que é a necessidade de primeiro encalar o peixe, um jeito todo próprio da gente bombinense falar. Encalar é o processo de apenas dar um susto no peixe na frigideira, ou seja, uma comida que não está bem cozida, frita ou assada.
Os participantes do primeiro encontro demonstraram muita vontade em aprender. Nádia Ester Zandona, 38 anos e corretora de imóveis, se diz uma apaixonada por Bombinhas, vive há 13 anos aqui e é vizinha da Salete em Bombas e não sabe que peixe colocar no caldo ou como limpar, agora esta aprendendo. Sempre ganhei muito peixe, nuca soube o que fazer com eles. Resolvi aprender.
Entre os aprendizes, destaca-se uma senhora de 78 anos que não mora em Bombinhas, mas estará no município até o mês de setembro na casa de parentes. Dona Maria Cinira Toppam vai levar para Marília, São Paulo, o sabor da comida local. Só de ajudar a mexer na comida, a turminha toda reunida, já é maravilhoso. Nunca tinha feito curso de culinária. Não cozinho, faço alguma coisinha, mas não sou uma grande cozinheira.
Dona Salete teve a colaboração da Rosane Fritsch, 41 anos que é a chefe do Instituto Boimamão. Rosane orientou sobre a planta medicinal ora-pro-nobis (do latim, orai por nós), que foi servida na salada verde. Ela é conhecida como a carne do sertanejo, a carne do pobre, pelo alto teor de porteína.
A extencionista da Epagri, Diva Marlene Bernardes, 56 anos, orientou a teoria e também repassou as receitas com os discípulos de Dona Salete. Nívea Maria da Silva Bücker, 30 anos, presidente da Fundação Municipal de Cultura, participou ativamente do curso, ajudando e incentivando os pupilos. Queremos valorizar os produtos locais, fazer com que isto seja visto, principalmente os que não tiveram a oportunidade de presenciar os nossos fazeres.
Fonte: Prefeitura Municipal de Bombinhas