A barragem situada no Rio Mansinho, afluente do Rio Perequê, em Itapema, que divide a água captada pela Companhia Nacional de Saneamento (Conasa), responsável pelo abastecimento de Itapema, da água captada pela Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan), que abastece Porto Belo e Bombinhas, voltou a ser questionada pela Casan nesta semana.
A Casan alega que a distribuição da água regulamentada pela outorga da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico e Sustentável (SDS) em julho de 2014, que determina a vasão de 200 litros por segundo para Itapema e 147 litros por segundo para Porto Belo e Bombinhas, estaria sendo desrespeitada.
A companhia enfrenta dificuldades no abastecimento, especialmente em Porto Belo. Problemas com a turbidez (coloração) da água que chega às casas de diferentes bairros levou parte da comunidade a se mobilizar na terça-feira e articular ações conjuntas e individuais no Ministério Público para reclamar dos serviços da empresa.
Para solucionar o impasse, uma reunião na sede da SDS em Florianópolis foi agendada para às 14h de hoje, com os prefeitos dos três municípios e representantes da Casan e da Conasa.
Para o vice-presidente do Comitê Hidrográfico da Bacia do Rio Tijucas, Edison Roberto Mendes Baierle, os principais problemas esbarram na falta de gestão e planejamento. Segundo ele, na última vistoria feita na barragem, em dezembro passado, ele verificou a olho nu a disparidade existente na distribuição de água.
90% da água está indo para Itapema afirmou.
Ele confirma que ambas as empresas investiram em novos reservatórios, mas informa que a nova lagoa da Casan teria ficado pronta apenas em dezembro, o que teria impossibilitado um bom aproveitamento de chuvas para reservação de água, e deixado a companhia dependendo da vasão do rio.
Edison alerta que se nada for feito vai faltar água em Porto Belo e Bombinhas:
Funcionários que trabalham na lagoa me disseram hoje que a Casan tem reservação de água apenas para mais cinco dias informa.
Conforme o secretário adjunto da SDS, Daniel Lutz, a reunião irá chegar a um acordo entre as duas partes. Segundo Lutz, um estudo detalhado sobre a distribuição da água na barragem já foi solicitado pela secretaria.
Foto: Marcos Porto / Agencia RBS
FONTE: O SOL DIÁRIO – Camila Guerra