Passava um pouco depois das seis da manhã quando homens, mulheres e crianças, se preparavam para pegar a estrada. O motivo de acordar tão cedo, num domingo que prometia muito sol, foi a saída de 45 bombinenses, a maioria pescadores ou filhos de pescadores, com destino a Garopaba na 6 Corrida do Pescador, realizada pela Prefeitura de Garopaba, no dia 01 de fevereiro.
Bombinhas além de prestigiar a corrida de embarcação a remo com nomes de peso da comunidade tradicional local, levou a canoa Faísca do Zequinha Olímpio, que competiu com duas equipes: os rapazi Olimpio e as filhas do João do Erpídio.
As meninas Serpa foram sabendo que não havia corrida na categoria feminina, ainda assim não se intimidaram e competiram contra os homens. No sorteio pegaram uma das equipes mais fortes, o Siriú, velhos conhecidos dos pescadores locais algumas vezes campeões com sua Gislaine na corrida em Bombinhas. Além disto, a patroa Marivone e as remeiras Alessandra e Durceli competem na categoria dois remos com a canoa Samaria, e foi a primeira disputa das meninas Serpa numa canoa de quatro remos. Para tanto ganharam o reforço de mais três integrantes: Tainan e João Elpídio Júnior nos remos e Salete Pinheiro como chumbereira.
A equipe masculina formada pelo patrão Vavá, os remeiros Marcinho, Juca, Jerri e Maurício e o chumbereiro Pequeno, participaram de três baterias e terminaram a competição na terceira colocação, as meninas Serpa ficaram com a última colocação e sagrou-se campeão a equipe da Gislaine do Siriú, liderada pelo patrão Adilson.
A delegação bombinense foi organizada pela Fundação Municipal de Cultura e contou com o apoio do Rômulo Melo Duarte da Terrraplenagem RMD, que cedeu o caminhão para transporte da canoa Faísca. A presidente da Fundação de Cultura, Nívea Maria da Silva Bücker conta que o importante é a participação junto aquela comunidade que há anos prestigiam a corrida bombinense, que acontece em comemoração ao aniversário da cidade em 15 março, este ano em sua 15 edição. Fomos recebidos calorosamente. Essa troca de vivências, experiências, saberes, generosidade e camaradagem é o que faz a tradição permanecer e ser repassada as novas gerações, além de divulgar essa característica que é tão marcante na identidade cultural, não apenas de Bombinhas, mas do litoral catarinense, destaca Nívea.
O chumbereiro Pequeno, batizado Ronildo Melo, e articulador da delegação bombinense e da equipe masculina da Faísca, voltou satisfeito com o dia vivenciado. Para nós filhos, netos e muitos de nós mesmos pescadores, colocar a canoa na água e competir é o mais importante. O resultado é secundário. É claro que a gente quer ter uma equipe competitiva, mas a colocação não importa. Ter meus dois filhos, sobrinhos, tios, tias, amigos e minha esposa juntos neste dia, não tem preço que pague.
Além de Garopaba e Bombinhas, a Corrida do pescador teve a participação de laguna e Imbituba. E assim a tradição tem sua continuidade garantida.
Fonte: Prefeitura Municipal de Bombinhas