Entenda a ameaça de tsunami no Brasil após alerta de erupção de vulcão no Atlântico

Entenda a ameaça de tsunami no Brasil após alerta de erupção de vulcão no Atlântico

Vista aérea do Vulcão Cumbre Vieja, em maio de 2008 – Foto: NASA Astronaut/Divulgação

Rumores de que o fenômeno pudesse atingir a costa brasileira circularam quando o nível de atividades do vulcão aumentou.

A possibilidade de erupção do vulcão Cumbre Vieja, em Las Palmas, localizado nas Ilhas Canárias, uma comunidade autônoma da Espanha, levantou rumores de um tsunami na costa brasileira. No entanto, oceanógrafos dizem que as chances são remotas.

Vista aérea do Vulcão Cumbre Vieja, em maio de 2008 – Foto: NASA Astronaut/Divulgação

Vista aérea do Vulcão Cumbre Vieja, em maio de 2008 – Foto: NASA Astronaut/Divulgação

O temor começou quando as autoridades espanholas elevaram o alerta para o nível amarelo, dois em uma escala que vai até quatro. Segundo o professor de Oceanografia Física da Univali (Universidade do Vale do Itajaí), Mauro Andrade, “mesmo que o vulcão entre em erupção, não significa que causaria um tsunami”.

Um fenômeno como esse poderia ser ocasionado por erupção vulcânica em uma ilha, tanto que as atividades do vulcão são estudadas há muitos anos. Mas o oceanógrafo explica que a magnitude teria que ser bastante alta.

O mesmo é reforçado por seu colega, João Thadeu Menezes, também professor de Oceanografia da Univali. Ele afirma que os riscos são mínimos.

“A chance é remota porque nossa costa está em uma placa tectônica passiva. Pode acontecer uma erupção do vulcão?  Pode. Pode escorregar a parede do vulcão e provocar um tsunami? Pode. O quão provável é questão de estatística”, diz.

A magnitude do fenômeno depende do volume de massa que se colapsa do vulcão, “o que ninguém pode prever”.

Além disso, mesmo que o vulcão esteja ativo e passe a expelir alguma material, ele não provocaria ondas gigantes que poderiam atingir o Brasil. O fenômeno seria possível apenas se o colapso da estrutura da encosta fosse total.

“É como jogar uma pedra na água. Você joga uma pedra pequena, o deslocamento é pequeno. Se você joga pedras maiores, o deslocamento aumenta”, detalha Andrade.

Assim, a quantidade de sedimentos na água pode fazer com que a onda viaje livremente pelo oceano, chegando a lugares distantes.

“A possibilidade de costa brasileira sentir o efeito é muita remota mesmo, não tem nenhum dos principais motivos aqui no Atlântico na costa do Brasil”, reitera.

Atividades do vulcão

Segundo o site Metsul, há um aumento significativo nos movimentos sísmicos na região de La Pala desde sábado (13), o que represente uma “tendência de alta desde 2017 e ganhou maior força desde 2020”.

“Nos últimos dias, além de aumentar o volume de movimentos sísmicos, sua intensidade aumentou com abalos que tiveram magnitude superior a 3. A profundidade dos epicentros também diminuiu, em média, de 30 para 12 quilômetros. Só ontem foram mais de 100 tremores e um teve profundidade de apenas 4 quilômetros”, disse o portal.

Foto: NASA Astronaut/Divulgação
Fonte: ND+, MARIA FERNANDA SALINET E LORENZO DORNELLES, FLORIANÓPOLIS