Com o slogan “Autocuidado é Sobreviver”, a 6ª edição da Campanha Nacional de Prevenção do Câncer de Cabeça e Pescoço, promovida pela Associação Brasileira de Câncer de Cabeça e Pescoço (ACBG Brasil), destaca a necessidade do diagnóstico precoce para ampliar as chances de cura e de reabilitação dos pacientes, com menos sequelas. Para isso, é preciso ficar atento para alguns sinais: feridas na boca que não cicatrizam, mudança na voz ou rouquidão por mais de duas semanas, manchas vermelhas ou esbranquiçadas na área da boca, dificuldade para mastigar ou engolir, irritação ou dor na garganta, mau hálito frequente, ferida no rosto que não cicatriza e dentes moles ou dor em torno deles.
Foi uma dor de dente que acendeu o alerta da professora Ema Verônica Zabenzala. Tratada inicialmente com canal, a dor não cessou e Ema consultou um cirurgião bucomaxilofacial, que solicitou um Raio-X panorâmico seguido de uma tomografia. Os exames identificaram o carcinoma dentro do osso maxilar e a biópsia confirmou o tumor. Da dor de dente até a cirurgia foram cinco meses de angústia. A cirurgia removeu parte do osso, sete dentes e o palato mole (céu da boca).
Moradora de São José, na Grande Florianópolis, a professora Eni Griss Costa, 71 anos, também procurou um amigo dentista para investigar um nódulo no palato (céu da boca). A biópsia foi realizada na mesma ocasião e 15 dias depois veio o resultado: tumor maligno com necessidade de remoção imediata. A cirurgia foi feita em 2018 e Eni precisou remover o palato, a “campainha” (glote) e parte da língua.
Depois da cirurgia, Eni ainda precisou fazer sessões de radioterapia que deixaram algumas sequelas. Há dois anos, com ajuda de um dentista do Cepom, em Florianópolis, Eni colocou uma prótese e voltou a se comunicar verbalmente e mantém atendimento com uma fonoaudióloga. “Sou uma remanescente feliz com o que sobrou. Essa passou a ser minha frase ou slogan de vida”, explica Eni, que é corredora de rua e coleciona diversos troféus em casa.
Morador de Palhoça, na Grande Florianópolis, o padeiro Claudionei Pedro Honorato descobriu o câncer de garganta em 2005 e, uma semana depois, foi submetido a uma larigectomia total, procedimento que remove a laringe e as pregas vocais. Com histórico familiar da doença, Honorato atribui o câncer a um fator genético ou hereditário, pois nunca fumou e sempre teve uma vida regrada.
Na reabilitação, para voltar a se comunicar, Honorato faz uso de uma laringe eletrônica, que funciona com uma bateria recarregável e possibilita uma onda sonora contínua que produz a voz robótica. “Me considero curado e meus cuidados estão restritos a laringe eletrônica que reproduz a minha voz”, explica.
Como contribuir com a Campanha?
- A ACBG Brasil está realizando arrecadação de fundos em prol da causa da venda de camisetas e kits do Julho Verde 2022. Acesse o site da ACBG Brasil e confira todos os materiais da campanha deste ano.
Os principais fatores de risco para estes tumores são:
- Consumo de tabaco (todos os tipos de cigarros, charutos e cachimbos) e álcool;
- Má higiene bucal;
- Infecção viral pelo vírus do papiloma humano (HPV), transmitido principalmente através de relações sexuais desprotegidas (inclusive sexo oral);
- Consumo de bebidas quentes, principalmente as tradicionalmente servidas em temperaturas muito altas, como o chimarrão/mate;
- Exposição excessiva ao sol (câncer de lábios, couro cabeludo);
- Exposição durante o trabalho à poeira de madeira, poeira de têxteis, pó de níquel, colas, agrotóxicos, amianto, sílica, benzeno, produtos radioativos;
- Infecção pelo vírus de Epstein-Barr (EBV), que pode causar a mononucleose infecciosa, uma manifestação do vírus transmitida por contato com outras salivas.
Principais sintomas e sinais que durem por duas semanas ou mais:
- Feridas na boca que não cicatrizam;
- Mudança na voz ou rouquidão;
- Manchas vermelhas ou esbranquiçadas na região bucal;
- Dificuldade para mastigar ou engolir;
- Irritação ou dor na garganta;
- Perda de peso sem motivo aparente;
- Mau hálito frequente;
- Ferida no rosto que não cicatriza;
- Dentes moles ou dor em torno deles.
Sobre a ACBG Brasil
A ACBG Brasil é uma organização da sociedade civil de direito privado, sem fins lucrativos, habilitada como OSCIP que trabalha em prol dos portadores de câncer de cabeça e pescoço, e seus familiares em todo o Brasil.
A ACBG BRasil atua em três eixos principais:
- Advocacy – Envolve a realização de iniciativas que visam à defesa de uma causa e a busca por melhores políticas públicas;
- Inclusão – projetos que visam o acolhimento, a integração dos pacientes na sociedade e a implementação de projetos que devolvem a dignidade a sobreviventes que precisam de algum tipo de reabilitação;
- Informação – Execução e apoio de campanhas de conscientização, organização de eventos, palestras de prevenção em organizações e escolas, geração de conteúdo.
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- Eni enfrentou o câncer e hoje está reabilitada. Foto Divulgacao
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- Eni Griss Costa é sobrevivente ao câncer de cabeça e pescoco Foto Divulgacao
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Fotos: Divulgação
Fonte: Cristiano Rigo Dalcin – Apoio Comunicação + Eventos
