Mais de 20 denúncias de abusos fizeram com que espaço de recreação infantil fechasse as portas repentinamente.
Um ano e três meses se passaram após as primeiras denúncias de abuso contra crianças que estudavam em um espaço de recreação infantil em Itapema, no Litoral Norte de Santa Catarina. Foram ao todo 22 denúncias contra o diretor da instituição.
Logo após as primeiras denúncias o espaço foi fechado, sem aviso ou justificativa prévia, e o diretor chegou a ficar foragido da Justiça por semanas, até que se entregou, mesmo negando os abusos que foram relatados pelas próprias crianças entre 4 e 7 anos.
Em julho deste ano o diretor foi condenado a 49 anos de prisão por estupro de vulnerável de forma continuada contra três crianças com idade entre 4 anos e 7 anos.
Ele praticou inúmeros atos libidinosos diversos da conjunção carnal, valendo-se do contato cotidiano e da relação de confiança estabelecida do espaço escolar. Tais atos, eram tratados como “brincadeiras” e “segredos” entre ele e as crianças.
Um ano e três meses depois, a instituição que funcionava em um prédio alugado, segue fechada sem que nenhum outro estabelecimento tenha ocupado o espaço.
Relembre o caso
No dia 18 de maio de 2021 a Polícia Civil de Itapema colheu a primeira denúncia de abuso sexual infantil contra o dono do centro de recreação na cidade. Pouco mais de uma semana depois, as denúncias chegaram a 22 crianças.
Uma força-tarefa de psicólogos policiais civis chegou a Itapema para prestar suporte às vítimas e familiares que relataram casos de abuso sexual infantil.
“Não contei porque ele me ama”: relembre o caso
A mãe de uma menina de 4 anos de idade foi a primeira a denunciar publicamente os abusos contra o dono do centro de recreação infantil, em um relato emocionante, ela teve que ter sangue frio para gravar a filha contando os abusos.
A pequena frequentava o centro de recreação há pouco tempo. No vídeo gravado pela mãe, a menina chama o suspeito de “tio”. Ela ainda pede que a mãe não conte nada a ele. “Nunca, nunca?”, pergunta a criança. “Nunca, nunca. Promessa ‘de dedinho’”, responde a mãe.
A tática usada pelo abusador surpreende. Ao invés de ameaçar ou colocar medo nas crianças, ele dizia que fazia aqueles atos porque as amava e era amigo delas, apesar de as crianças relatarem dor.
A mãe acionou o Conselho Tutelar depois de ouvir o relato da filha. A criança passou por um exame de corpo de delito. “Tive que colocar minha filha em posição ginecológica aos 4 anos de idade, tem noção do que é isso?”, relatou a mãe.
Foto: Polícia Civil/Divulgação – Paulo Metling/ND
Fonte: ND+, REDAÇÃO ND, ITAJAÍ