Ministro do STF jantava com amigos quando foi identificado por manifestantes e precisou deixar o restaurante às pressas.
A manifestação que fez o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, deixar o restaurante onde almoçava com amigos em Porto Belo, Litoral Norte de Santa Catarina, “ameaçava fugir ao controle e tornar-se violenta”. É o que informou o gabinete do ministro, em nota enviada ao jornal Gazeta do Povo.
“A manifestação ameaçava fugir ao controle e tornar-se violenta, tendo a segurança aventado o uso de força policial para dispersar a aglomeração. Diante disso, o ministro, em respeito à vizinhança e para evitar confronto entre polícia e manifestantes, retirou-se do local. O ministro sequer chegou a ver os manifestantes e não houve proximidade física ou agressão. Tampouco houve qualquer registro de dano patrimonial nos locais, que seja de conhecimento do ministro”, diz o comunicado.
“A democracia comporta manifestações pacíficas de inconformismo, mas impõe a todos os cidadãos o respeito ao resultado das urnas. O desrespeito às instituições e às pessoas, assim como as ameaças de violência, não fazem bem a nenhuma causa e atrasam o país, que precisa de ordem e paz para progredir”, finaliza a nota encaminhada por Barroso.
Relembre o caso
O ministro jantava no restaurante Blumenauense, no Perequê, em um compromisso pessoal. Barroso ainda tem uma casa na cidade, no bairro Vila Nova.
Ele foi identificado enquanto jantava, e um grupo de cerca de 300 pessoas se reuniu do lado de fora do restaurante para se manifestar contra o ministro. Imagens que circularam nas redes sociais mostram as pessoas xingando o ministro e gritando frases como “supremo é o povo”.
Com a manifestação, Barroso saiu do local. De acordo com a Polícia Militar, ele foi escoltado até a residência dele no bairro Vila Nova, onde houve nova manifestação, que foi pacífica.
O incidente começou por volta das 22h30 e acabou por volta 3h45 da madrugada, sem maiores problemas e não foi necessário uso de força policial. O ministro seguiu para o aeroporto de Florianópolis, sendo escoltado pela polícia até Tijucas.
MPSC manifesta “preocupação”
Em nota, o MPSC (Ministério Público de Santa Catarina) afirmou que “vê com preocupação toda e qualquer manifestação de intolerância. Precisamos manter os valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social”.
A nota, assinada pelo Procurador-Geral de Justiça Fernando da Silva Comin, finalizada afirmando que “o Ministério Público está a postos para auxiliar em todas as providências necessárias, no que é de sua competência, para identificar e responsabilizar os envolvidos”.
Fotos: Fernando Frazão/Agência Brasil/ND – Reprodução/Internet
Fonte: ND+, REDAÇÃO ND, ITAJAÍ