BOMBINHAS – Emoção e Tradição movimenta atividade acestral em Bombinhas

BOMBINHAS – Emoção e Tradição movimenta atividade acestral em Bombinhas

As tendas armadas na praia abrigavam uma comunidade reverente, na frente uma pequena canoa de um pau só de dois remos, a Prosinha, servia de altar para o ofertório vivo: peixe, frutos da terra, o vinho, solenemente, levados pelos pescadores, e a bandeira de Bombinhas levada pela mãos da prefeita Paulinha, Ana Paula da Silva, e do vice-prefeito Paulinho, Paulo Henrique Dalago Müller, na missa de Ação de Graças pelo 24 aniversário de Bombinhas. Os personagens que dariam corpo a um dia inteiro de emoção, presentes na areia, prostrados em agradecimento pela cidade e pelos cercos propiciados pela imensidão do mar que banha a península. Um dia iluminado com um sol radiante, vagarosamente se descortinou e permaneceu glorioso até o último minuto do festejo, às 21 horas.

Em seguida a celebração o 16 Festival de Embarcação a Remo e 11 Festival Estadual de Canoa a Remo, iniciou com a participação de oito canoas de dois remos na categoria masculina, seis canoas na categoria dois remos feminina, sete canoas na categoria quatro remos, 10 caiaques na categoria adulto, oito na infantil e seis duplas no caíco.

A disputa trouxe canoas de Florianópolis e Garopaba, que somaram as Bombinenses, num espetáculo de cor, força, destreza, experiência e generosidade em compartilhar este momento maravilhoso com a população em geral e visitantes, e, principalmente, manter a tradição.

O festival nasceu em 2000, ideia da diretora de cultura Rosane Luchtenberg e da colega de trabalho Maria Júlia Emílio, do então Departamento de Cultura, de um acontecimento que comemorasse o aniversário da cidade e ao mesmo tempo valorizasse a cultura tradicional. A pesca artesanal da tainha é uma das características fundamentais da identidade cultural bombinense e as canoas de um pau só são as grandes vedetes desta modalidade de pesca. Assim nasceu o primeiro festival que se consolidaria ao longo dos anos e inspiraria outras cidades.

Nos últimos anos a canoa Gislaine tem levado o título de campeã para Garopaba, tanto que neste ano não importava qual canoa chegasse, todos queriam desbancar a vitoriosa. E conseguiram. A jovem equipe da Nossa Senhora Aparecida, com o patrão Kenko e os remeiros Marcinho, Luiz Henrique, Edigilson e Renan chegou em primeiro lugar. Kenko explicou que participa da competição desde o segundo ano de realização, já ganhou em segundo, terceiro, quarto, mas nunca em primeiro lugar. Mas lhe rendeu experiência de largada, chegada, desempenho da canoa ao longo da competição. Este ano tivemos a satisfação de ter uma equipe bem jovem, com uma rapaziada que sabe remar, com potencial. A vontade de ganhar e manter viva a tradição fez a diferença, ressalta Kenko (Rosenildo de Melo).

Na categoria dois remos a campeã, pelo terceiro ano consecutivo, foi a Nativa, com o patrão Gilmar, e os remeiros Teté e Jackson, a canoa Tetei com a equipe Vinícius (patrão), Edson e Reginaldo nos remos, foi a terceira colocada.

No feminino mais uma vitória inédita, depois de anos de prova a tripulação da Bela Vista cruzou a linha de chegada em primeiro lugar e com uma diferença mínima da segunda e terceira colocadas, a Nativa e Saira, respectivamente. As três canoas travaram uma senhora batalha pela vitória, com apenas três segundos de diferença uma da outra. A garra da mulher bombinense foi muito bem representada no pódio pela patroa Telminha e as remeiras Grazi e Soraia. Se não é fácil para os homens, imagina pra nós que usamos mais a delicadeza da técnica do que a força. Estamos mais motivadas para o ano que vem, ressalta Telminha. A tripulação segunda colocada contou com a patroa Katlyn e as remeiras Flávia e Renata, a terceira colocada com a patroa Mari e as remeiras Alessandra e Durceli.

No caiaque infantil o campeão foi Deivid, já no adulto o vitorioso, com muita sobra, foi o maratonista bombinense Giliard Pinheiro. No caíco a primeira colocação ficou com a dupla Antônio Jacob Cruz Neto e Pedro Paulo Mafra. Mas quem roubou a cena foi o mais jovem competidor em todas as categorias, o pequeno Davi de apenas cinco anos, chegou com sua dupla, seu pai Rafael Pinheiro, em último lugar, mas remou do começo ao fim. O menino filho, neto, bisneto de pescador, isto para falar apenas das primeiras três gerações, é treinado e incentivado pelo pai que corre, é patrão e filho de dono de canoa de um pau só, sem contar a mãe que também compete e foi segunda colocada na categoria feminina. O futuro patrão das canoas Bela Vista e Afrodite já está garantido.

Uma canoa que chamou muito a atenção este ano foi A Padroeira, de propriedade de Zequinha Olímpio, que competiu com cinco irmãos: além do patrão Zequinha, os remeiros Jucimar, Claudinho, Didico e Vavá, o mais jovem com 52 anos. A tripulação mais velha deu um show de técnica e força e chegou em segundo lugar. A Gislaine, de Garopaba, coma equipe Adilson (patrão) e os remeiros Paulo César, Antônio e Sérgio, leva a terceira colocação para a Praia do Siriú.

A prefeita Paulinha, presente o dia todo na competição, ressaltou sua alegria de mais um Festival de Embarcação a Remo, abrilhantando o aniversário de Bombinhas. É uma satisfação muito grande ter a nossa comunidade, a população em geral e visitantes na praia festejando a nossa linda cidade, com um acontecimento que celebra nossa tradição, destaca Paulinha.

Após a premiação o grupo Café no Bule animou a Praia de Bombinhas e a partir das 17 horas uma Domingueira correu solta até as 21 horas, no restaurante Olímpio, na Praia de Bombas. Ambas atrações artísticas e premiações contou com a generosa contribuição da comunidade, empresários, autoridades do legislativo municipal e estadual e do executivo municipal.

Fotos: Márcia Cristina Ferreira
Fonte: Prefeitura Municipal de Bombinhas