O ecoesportista Dan Robson percorreu hoje o rio Perequê, em Itapema, para fazer a análise da qualidade da água do principal afluente da Bacia Hidrográfica da Costa Esmeralda. A expedição faz parte do projeto Águas do Amanhã e começou por volta das 10h na nascente, que fica no Morro da Miséria. O percurso de sete quilômetros foi percorrido de caiaque em duas horas e meia, terminando no encontro do Perequê com o mar, no limite do município com Porto Belo.
Cheguei à conclusão que na totalidade do rio, 30% dele está com uma condição boa, 20% está de ruim para regular e 50% está péssimo. Além disso, detectei cerca de 50 pontos de esgoto clandestino explica.
Três quilômetros do rio não puderam ser percorridos, pois o ele é muito estreito próximo à nascente, mas a água analisada revelou-se extremamente limpa, garantiu Robson. Para o ecoesportista, os bairros que mais contribuem para a poluição são Morretes e Jardim Praiamar. Já o ponto mais crítico começa na junção do rio da Fita com o Perequê.
Apesar disso, temos que ressaltar a consciência da população, pois deu para contar nos dedos o número de sacolas ou garrafas plásticas jogadas no rio afirma Dan Robson.
Plano de ação
Expedições semelhantes já foram feitas pelo ecoesportista em vários rios do Brasil, mas o Perequê é o primeiro do Sul a integrar o projeto.
O grande diferencial dessa expedição é que pela primeira vez fiz a análise de um rio que desemboca no mar explica.
Para o percurso, Dan usou um caiaque equipado com tecnologia de ponta para análise, por exemplo, do nível de oxigênio, PH, temperatura e presença de metais pesados, que refletem a qualidade da água.
A expedição ainda analisou, por parâmetros visuais, a presença de larvas vermelhas, brancas, odores, lançamentos de esgoto, tubulações clandestinas e lixo flutuante.
Dan Robson veio a Itapema a convite da Conasa Águas de Itapema. Com a análise, a concessionária pretende discutir o resultado com a sociedade.
Estou tomando conhecimento das análises agora, mas o mais importante é divulgar os trechos críticos para que toda a sociedade civil e organizada se una para defender o rio diz o presidente da Conasa, Mário Vieira Marcondes Neto.
O objetivo é criar um plano de ação para combater a poluição, incluindo também o município de Porto Belo, por onde o rio também passa.
Expedições ocorrem desde 2009
Dan Robson é paulista e tem 42 anos, cursou até o terceiro ano da faculdade de Análise de Sistemas. Era um viciado em computador e ficava em média 18 horas por dia na frente do computador até que em 1999 resolveu mudar a vida radicalmente. O ecoesportista percorreu todo o litoral brasileiro a pé, indo do Chuí (RS) até o Oiapoque (AP). Na viagem, cerca de 30% dos dias dormiu na barraca, 20% em hotéis e pousadas e 50% nas casas de pescadores.
Durante um ano de caminhada ele percorreu mais de 8 mil quilômetros e conheceu 2 mil praias. A partir dessa viagem, garimpou parcerias e patrocínio para viabilizar as expedições pelos rios do país. Desde 2010, fez explorações semelhantes nos rios paulistas: Tietê, Pinheiros, Socoracaba, Camanducaia e Piracicaba. Além do rio Jaguari, em Minas Gerais.
Foto: Rafaela Martins / Agencia RBS
Fonte: Anderson Costa, especial – O SOL DIÁRIO