Chefes de Estado do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), e do Paraná, Ratinho Junior (PSD) estão em SC.
Carlos Moisés da Silva (PSL) recebeu nesta quarta-feira (17) à tarde os governadores do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), e do Paraná, Ratinho Junior (PSD), para discutir ações conjuntas de enfrentamento à pandemia do coronavírus e a possibilidade de formar um consórcio para a compra de vacinas da Covid-19. O encontro iniciou as 15h, na Casa d’Agronômica, em Florianópolis. Apesar do acordo firmado, nenhuma nova restrição foi anunciada.
Por videoconferência, os gestores conversaram durante o encontro com o atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e com o ex-ministro, Eduardo Pazuello e se colocaram à disposição do governo federal para realizarem a compra de vacinas, a fim de acelerar a imunização.
Os governadores decidiram integrar os sistemas para gerir as crises da pandemia em conjunto, com compras de insumos, medicamentos, manejo interestadual de equipamentos, transferência de pacientes quando necessário e, futuramente, aquisição das vacinas. A decisão de unificar a gestão ocorreu depois que foi identificado um comportamento similar da manifestação do vírus em toda a região.
– O comportamento funciona muito semelhantemente no Sul. Então a gente integra os sistemas pra trabalhar conjuntamente. Os estados podem comprar e ceder aos estados vizinhos o que estiver faltando nas unidades hospitalares, até porque a gestão é bastante complexa. Lidamos com hospitais públicos, particulares e filantrópicos – disse Carlos Moisés.
Ainda, segundo o governador de Santa Catarina, o Sul é o epicentro da doença, especialmente com a chegada da nova variante, identificada em cerca de 80% dos infectados em Santa Catarina:
– O Estado reconhece que somos epicentro da crise e o que se apresenta agora, é uma nova doença, é um momento do novo. Estamos nos preparando não só para esse momento de crise que vivemos, mas para ajudar os outros estados quando precisarem.
Apesar de admitirem o colapso da saúde, a expectativa é de estabilização da doença para as próximas semanas, segundo o governador do RS, Eduardo Leite:
– Os três estados do sul observaram comportamento semelhante da pandemia e a partir do dia 10 a 14 de fevereiro. Essa forte inclinação das internações, especialmente com a variante P1, demandou fortemente do nosso sistema hospitalar. Mas temos expectativa de começar a ter uma redução, embora ainda lenta, nas próximas semanas. Já observamos uma redução, estabilização.
À frente do governo paranaense, Ratinho Junior, disse que aposta na Fiocruz e no Butantan para acelerar a vacinação no Sul do país e adiantou que a previsão é de “aumento substancial nas entregas de vacina” que devem ocorrer diariamente, muito em breve. No entanto, o governador também considerou o volume necessário de doses para uma imunização plena:
– O volume de vacina que o planeta precisa é muito maior do que a capacidade de vacinação. E por isso os cuidados são tão importantes.
Os três governadores já tinham se reunido virtualmente antes do encontro presencial e decidido que buscariam ações conjuntas para resolverem os problemas comuns dos Estados, como o novo avanço da pandemia e o ritmo lento da campanha de vacinação. Na pauta dos governadores também esteve uma estratégia de apoio econômico aos estados.
Reunião do Coes pode determinar lockdown
Antes mesmo de iniciar a reunião entre os chefes de Estado, técnicos do Centro de Operações de Emergência em Saúde (Coes) se reúnem para decidir sobre a adoção de um possível lockdown em Santa Catarina, cumprindo uma decisão judicial da 2ª Vara da Fazenda Pública de Florianópolis, que determinou ao grupo a responsabilidade pelas regras de enfrentamento ao coronavírus no estado. Até as 16h30min desta quarta, o grupo não tinha chegado a nenhuma decisão.
O governo de SC chegou a recorrer da decisão e retomar a autonomia sobre a gestão da pandemia no território catarinense, mas a Justiça também não havia se manifestado até as 16h30min.
SC vive colapso na saúde
Santa Catarina vive a expectativa de possíveis medidas contra o coronavírus porque enfrenta o pior momento da pandemia, com recorde de mortes diárias e lotação em UTIs dos hospitais.
O governo do Estado já adotou nos últimos três finais de semana um lockdown parcial, com fechamento do comércio e manutenção apenas dos serviços essenciais entre a noite de sexta-feira e a manhã da segunda. No entanto, especialistas apontam que a medida não seria suficiente para aumentar o isolamento e, consequentemente, conter a pandemia no Estado.
Foto: Secom/Divulgação
Fonte: NSC Total – DC – Por Clarissa Battistella