Após repercussão do suposto feminicídio em Bombinhas, homem denunciou abusos sexuais que teriam ocorrido quando ele ainda era criança.
O padrasto suspeito de esfaquear e matar a mulher após ser flagrado por ela estuprando a enteada em Bombinhas, Litoral Norte de Santa Catarina, é investigado por um segundo caso de abuso sexual, desta vez por um homem que teria sido abusado quando ainda era criança.
De acordo com a Polícia Civil, que investiga tanto os estupros cometidos contra a enteada de 13 anos, quanto o feminicídio contra a mulher de 32 anos, após a repercussão dos crimes, um jovem procurou a delegacia para registrar que também foi abusado pelo suspeito, quando ainda era um menino.
Ao delegado Ricardo Melo, o jovem contou que há cerca de 10 anos, ele foi “convidado” pelo homem a cometer atos libidinosos em troca de doces, na época ele tinha apenas 5 anos de idade. Ainda de acordo com a vítima, ele só se deu conta de que sofreu violência sexual quando aprendeu sobre o tema na escola.
O rapaz contou que nunca denunciou o caso por vergonha e que os abusos teriam ocorrido no carro do suspeito em Bombinhas.
Mulher morre após ser esfaqueada por mais de 10 vezes
Após 33 dias internada, morreu nesta quarta-feira (8) a mulher que tentou impedir o marido de estuprar a filha em Bombinhas. O caso chocante aconteceu no início do mês de fevereiro. Ela flagrou a filha, de 13 anos, sendo estuprada pelo padrasto, e ao tentar impedir o ato, foi esfaqueada.
A morte foi confirmada por uma irmã da vítima nas redes sociais. “Infelizmente, nossa alma chora, nosso coração está dilacerado pela dor da sua partida, minha irmã. Mas a justiça divina não erra. Seus sonhos foram interrompidos, você lutou 33 dias na UTI e resolveu descansar”, afirmou a publicação.
No dia em que o crime ocorreu, a Polícia Militar encontrou a mulher caída no chão com diversas perfurações pelo corpo. Mesmo ferida gravemente, a mulher relatou que acordou com os gritos de socorro da filha e flagrou o marido, de 41 anos, abusando sexualmente da menina no quarto ao lado.
Na tentativa de impedir o ato, a mulher entrou em luta corporal com o autor e foi esfaqueada ao menos 10 vezes. Na sequência, o homem fugiu pelo portão da frente.
A adolescente relatou à PM que o padrasto entrou no quarto com uma faca e a ameaçou dizendo para ela não gritar. O homem ainda utilizou um fio de luz para segurar o pescoço da vítima enquanto abusava sexualmente dela.
A garota, no entanto, conseguiu gritar por socorro. Outras duas filhas do casal, de seis e dez anos, estavam no local.
Suspeito se entregou
O padrasto suspeito se entregou à polícia no dia seguinte ao ocorrido, após as buscas não conseguiram localizar o homem.
Ao ND+, o delegado Ricardo Melo explicou que junto ao Conselho Tutelar a Polícia Civil fez a escuta especializada da vítima, que detalhou como foi esse último episódio de estupro.
Aos profissionais, a menina contou que foi ameaçada com uma faca pelo padrasto, que a estuprou – o que já fazia algum tempo, mas ela não soube precisar o período exato.
Ainda de acordo com o delegado, após “finalizar o ato” o homem passou a culpar a menina “por ter acabado com a vida dele, ‘olha o que você fez com a minha vida’”, dizia à vítima.
“Aí ele pega um fio, que tem dois canos nas extremidades, e passa a atacar a menina, como se quisesse estrangulá-la, nesse momento ela se defende e nisso ela pede ajuda, a mãe acorda e vai ver o que está acontecendo e aí ele pega a faca usada para ameaçar a menina e ataca a mãe”, detalha o delegado.
Nesta quarta-feira, o delegado confirmou que o suspeito segue preso. Ele agora responderá pelo feminicídio consumado contra a companheira, além de estupro de vulnerável e tentativa de feminicídio contra a enteada.
Foto: Pixabay/Reprodução/ND
Fonte: ND+, REDAÇÃO ND, ITAJAÍ