O encerramento do Conselho dos Direitos da Mulher de Porto Belo foi transformador, para as cerca de 150 pessoas que participaram do evento no Centro de Cidadania, na última quinta-feira, 4. Palestra sobre a história das mulheres na sociedade e a luta pela garantia dos seus direitos, e apresentação cultural foram as atrações da noite.
O Prefeito Evaldo Guerreiro, acompanhado da esposa Aline Guerreiro, o presidente da Câmara de Vereadores, João Mendes, a Diretora do Conselho da Mulher, Fernanda Fagundes, a Secretária da Assistência Social, Daiana de Souza, e os coordenadores dos Conselhos Municipais, Suzete Kummer e Luciano Estevão, foram os responsáveis por uma calorosa recepção da palestrante Olga Castilhos, expert na história da violência com mulher.
A origem e a história da violência contra as mulheres foram contadas pela palestrante de forma simples e objetiva, deixando claro para os presentes que não é de hoje que o sexo feminino é menosprezado e ridicularizado. Os registros históricos comprovam que a violência contra a mulher ultrapassa séculos. Atualmente, com o reconhecimento de seus direitos na sociedade, os conselhos da mulher estão mais fortalecidos e legitimam novas conquistas para o sexo feminino.
“O que nos interessa é prevenir a violência”, destacou Olga Castilhos. Para ela, a organização das mulheres é uma ótima alternativa para a cidade porque é isso que fortalece a participação no conselho da mulher e auxilia na luta por seus direitos no dia-a-dia. Saber identificar os tipos de violência, que podem ser física, psicológica, sexual, moral e patrimonial, também é de suma importância e ajuda a prevenir abusos.
Segundo a palestrante, estudos divulgados em novembro pela Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que uma a cada três mulheres no mundo sofre violência conjugal. Para Olga, o grande número de agressões reflete também que houve o aumento das denúncias, pois, muitas mulheres, que até então ficavam em silêncio, começaram a denunciar a partir do avanço na disseminação do conhecimento de seus direitos. As frases marcantes na palestra “Mulher não chore, denuncie!” e “O silêncio é cúmplice da impunidade” expressam bem o significante aumento das denúncias.
Crime brutal
Para levantar a luta pelo direito das mulheres em Porto Belo, o prefeito Evaldo Guerreiro sugeriu que os nomes das mulheres brutalmente assassinadas na cidade no mês passado sejam usados como símbolo. Elaine Arcanjo da Silva, 39 anos e Tainá da Silva, de 18 anos, mãe e filha respectivamente, foram mortas a tiros pelo companheiro de Elaine.
Outros casos recentes de violência contra a mulher que abalaram a comunidade de Porto Belo também foram citados no evento. O objetivo é para ascender a discussão e transformar essa realidade.
Para a coordenadora dos conselhos municipais, Suzete Kummer, o evento representou um marco para Conselho dos Direitos da Mulher de Porto Belo. “Essa oportunidade de discutir casos de violência ocorridos na cidade, em conjunto com o aprendizado da origem da violência contra a mulher, faz com que as pessoas despertem para denunciar casos”.
O evento encerrou com uma pulsante apresentação de ritmos tradicionais da África Ocidental chamado “Mulheres no Ritmo da Vida”, do grupo La Clínica, de Florianópolis, formado inteiramente por mulheres.
Prefeitura Municipal de Porto Belo