O resultado da análise da água em 12 pontos da bacia do rio Perequê e do ribeirão da Vó ajudou a Prefeitura de Porto Belo a esclarecer a mancha na foz do rio. As amostras coletadas pela Famap (Fundação do Meio Ambiente de Porto Belo) e Vigilância Sanitária identificaram índices elevados de cor aparente, em torno de 500 uH (Unidade Hazen) com picos de até 1320 uH. A título de comparação, a água distribuída nas torneiras é de, no máximo, 15 uH. Também apresentaram níveis elevados de ferro, manganês e matéria orgânica.
A incidência desses três componentes, provavelmente originados a partir de solos turfosos da região e manguezais, podem juntamente com a presença de microalgas, identificadas pelo estudo da Fatma (Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina) e Univali (Universidade do Vale do Itajaí), explicar os elevados índices de cor. O contraste dessa água, de cor bastante elevada, ao encontrar o mar, de cor mais clara, causa a mancha captada no último domingo. Segundo o estudo da Univali, a presença das microalgas não prejudica a saúde. Outro laudo da Fatma já havia descartado a poluição como causa da mancha.
É importante ressaltar que essas amostras foram coletadas em vários pontos da bacia do rio Perequê, tanto no lado de Porto Belo quanto de Itapema, e ribeirão da Vó. Todos esses pontos mostram que essa cor é uma característica regional e não de um ponto específico. A título de exemplo, a concentração de ferro na amostra coletada junto à ponte do rio Perequê, na BR-101, apresentou valor de 3,45 mg/L. São mais de 10 vezes o limite possível para a água potável.
A Prefeitura de Porto Belo continuará realizando análises para entender melhor esse fenômeno. Uma possível explicação é o fato da região estar alagada em consequência das chuvas em excesso ao longo de 2015. A decomposição da vegetação nesses pontos alagadiços pode ter gerado ácidos húmicos e taninos, bem como dissolvido metais como ferro e manganês presentes no solo.
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